Encontrei-a sozinha. Seu olhar demorou-se em mim. Ela sente que estou sofrendo. Deixei-me observar, em silêncio. Não admirei seus olhos negros, nem a graça de seu talhe. Contemplei outro tipo de beleza que ela irradiava: a compaixão piedosa e a ternura de sua simpatia. Ela dissimulou, sentou-se ao cravo, e sua voz acariciava-me como uma brisa tépida.
Foi nesse dia que vi seus lábios mais sedutores do que nunca. Sua boca parecia capturar os sons do instrumento e fazê-los ecoar celestialmente. Foi quando mais desejei beijá-la... e depois morrer, para expiar o pecado...(pecado?...).
Foi o dia em que não a beijei.
Os Sofrimentos do Jovem Werther.
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